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Você quer ou não, ser?

Atualizado: há 4 dias


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Costumamos ouvir o conselho de “escrever sobre o que sabemos”...


Mas a verdade é que limitar-se ao conhecido é como viver sempre na mesma rua.

O escritor precisa atravessar a esquina, explorar territórios novos, arriscar-se no desconhecido. É nessa exploração que a escrita ganha profundidade.



Escrever não é um dom misterioso reservado a poucos escolhidos.


É, acima de tudo, um ofício — um exercício de entrega, curiosidade e persistência.


Muitos acreditam que se tornar um escritor depende de hábitos perfeitos, de inspiração constante ou de fórmulas secretas. Para mim, papo furado.


Bem, a verdade é mais simples e, ao mesmo tempo, mais desafiadora: escrever exige escolhas.


Aqui estão cinco delas que podem, de fato, fazer de você um escritor(a):




1. Não escreva apenas sobre o que sabe. Desvende o desconhecido.



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O conselho “escreva sobre o que você sabe” é válido, mas limitado.


A escrita não deve ser uma prisão da sua experiência pessoal. O verdadeiro poder da ficção está em imaginar vidas que nunca viveu, em explorar cenários que nunca pisou.


Pesquise, observe, invente.


Permita-se atravessar fronteiras. Escrever também é desvendar territórios que você não conhece e, nesse processo, se transformar.


Me responda isso: um escritor de fantasia medieval precisou ter vivido em um castelo? Não, ele só precisou estudar o suficiente para tornar esse castelo vivo no papel.



2. Foque em escrever uma boa história, não apenas um bom parágrafo.


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É fácil se perder em frases bonitas.


O perigo é esquecer que, sozinhas, elas não sustentam uma narrativa.


Um bom escritor não busca apenas lapidar palavras, mas construir uma história que respire, que caminhe, que envolva.


A beleza da escrita deve servir à trama, não ao contrário. A cada cena, pergunte-se: estou servindo à história ou apenas à estética da frase?




3. Bons escritores são também bons pesquisadores.



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Imaginação sem base se torna frágil.


Mesmo a ficção mais fantástica precisa de raízes sólidas. Pesquisar não mata a criatividade — pelo contrário, a fortalece.


Histórias convincentes nascem de detalhes precisos: a época de uma peça de roupa, o funcionamento de uma arma, o ritmo de uma cidade. Pesquisar é dar verossimilhança ao inventado.


Eu, particularmente, amo pesquisar para as minhas histórias. Sempre descubro algo novo.





4. Acordar cedo não te torna um exímio escritor. Escrever sempre que puder, sim.



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Existe um mito em torno da “rotina perfeita do escritor”.


Acordar às cinco da manhã, tomar café preto, escrever mil palavras antes do sol nascer. Isso pode funcionar para alguns, mas não é lei.


O que realmente importa não é a hora do dia, mas a frequência. Escreva sempre que puder, seja de madrugada, na pausa do trabalho ou em um ônibus lotado.


O hábito de escrever com regularidade é muito mais transformador que o ritual idealizado.




5. Mantenha sua escrita vulnerável, sujeita a mudanças.


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Histórias não nascem prontas.


Elas mudam, se transformam, exigem cortes dolorosos e reescritas intermináveis. O escritor que se apega demais à primeira versão nunca amadurece sua obra.


Deixe sua escrita ser vulnerável. Permita-se reavaliar, experimentar, arriscar.


A vulnerabilidade não é fraqueza: é o que torna a escrita viva.




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Não existe um único caminho para se tornar escritor, mas existem escolhas que aproximam você desse ofício todos os dias.


Explorar o desconhecido, priorizar a história, pesquisar com afinco, escrever com constância e manter-se aberto às mudanças são passos que constroem uma escrita autêntica.


Escrever é estar em movimento — na história e dentro de si.


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